As vantagens da amamentação vão muito além da nutrição e da saúde física do bebê. Amamentar ajuda na criação do vínculo mãe-filho e colabora na recuperação pós-parto, entre outras vantagens. Por esse motivo, o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade do bebê e de forma complementar até dois anos ou mais.
No entanto, amamentar nem sempre é uma tarefa simples. Muitas mulheres sofrem com problemas como mamilos doloridos, seios rachados e leite empedrado. Quando não são identificados logo e tratados desde o início, eles podem resultar na interrupção da amamentação. Portanto, é fundamental consultar o médico para aprender a prevenir e, quando necessário, tratar.
Principais desafios da amamentação
Mamilos doloridos ou rachados
Mamilos doloridos são mais comuns entre os três e sete dias após início da amamentação. Geralmente, isso acontece por que o bebê não está bem posicionado e preso no peito. Mas também há outros motivos, como disfunções orais na criança, uso impróprio de bombas de extração de leite e a interrupção inadequada da sucção do bebê ao tirá-lo do peito.
A dor pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana pós-parto. No entanto, ter os mamilos mais doloridos e machucados do que o usual requer intervenção. Caso o desconforto não diminua ou se acentue, é preciso consultar um especialista para identificar a causa.
Em alguns casos, o trauma mamilar pode causar fissuras, hematomas, marcas e até bolhas. Veja medidas para ajudar na prevenção:
- Amamentação com técnica adequada (posicionamento e pega).
- Cuidar para que os mamilos se mantenham secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar. Sempre que houver vazamento de leite, trocar o sutiã.
- Não usar produtos que retirem a proteção natural do mamilo, como sabonetes ou álcool.
- Colocar o bebê no peito assim que der os primeiros sinais de que quer mamar. Isso evita que inicie a mamada com muita fome e sugue com força excessiva.
- Evitar o ingurgitamento mamário (mamas muito cheias de leite, que pode empedrar).
- Fazer a retirada manual do leite antes da mamada se a mama estiver muito cheia. Isso aumenta sua flexibilidade e permite a pega adequada.
Falta de leite
A grande maioria das mulheres tem condições biológicas para produzir leite suficiente. Muitas vezes, a percepção de que há pouco leite é reflexo da insegurança materna. Essa insegurança – que pode ser reforçada por pessoas próximas – faz com que o choro do bebê e as mamadas frequentes sejam interpretadas como sinais de fome, ainda que isso faça parte do comportamento do recém-nascido. A ansiedade que essa situação gera na mãe e na família pode ser transmitida à criança, que responde com mais choro.
A “descida do leite” costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia após o parto. A produção se dá pela ação de hormônios e ocorre mesmo que a criança não esteja sugando. A partir de então, a produção depende apenas do esvaziamento da mama, ou seja, depende do número de vezes que a criança mama durante o dia e sua capacidade de esvaziar a mama. Oferecer ao bebê ambos os seios a cada amamentação estimula o suprimento de leite, assim como alternar qual peito oferece primeiro a cada mamada.
Quando há insuficiência de leite, o bebê dá sinais. Não fica saciado após as primeiras mamadas, chora muito, quer mamar com frequência e ficar muito tempo no peito durante as mamadas. O número de vezes que a criança urina ao dia (menos de seis) e poucas evacuações, com fezes em pequena quantidade, secas e duras, também são indicativo de que a criança pode não estar recebendo o volume adequado. No entanto, a melhor forma de constatar é acompanhar seu crescimento e ganho de peso nas visitas ao pediatra.
Excesso de leite
Ocasionalmente, mulheres produzem muito leite e isso pode prejudicar o bebê durante as mamadas, além de provocar problemas como leite empedrado. Quando houver excesso de leite, o médico deve ser consultado para entender por que isso está acontecendo. O especialista pode indicar posições adequadas para ajudar a criança a lidar com grandes quantidades durante a mamada e indicar a retirada de parte do leite com bombinhas.
Ingurgitamento mamário (“leite empedrado”)
O ingurgitamento mamário acontece quando as mamas estão muito cheias de leite. A mãe pode senti-las rígidas, duras e doloridas. Isso pode ocorrer nos primeiros dias, quando o bebê ainda está se acostumando a mamar. Também pode ocorrer quando o bebê está mais velho e não mama com tanta frequência, pois já está comendo sólidos.
Quando ocorre, há o aumento da vascularização da mama, retenção do leite nos alvéolos e edema. Os ductos de leite ficam comprimidos, o que dificulta ou impede a saída do líquido. A produção pode ser interrompida e o leite represado pode ser reabsorvido. O líquido acumulado na mama torna-se mais viscoso, o que dá origem ao termo “leite empedrado”.
Quando a situação é mais grave, a mãe pode sentir febre e mal-estar. Para evitar que chegue a esse ponto, há as seguintes medidas:
- Se a mama estiver tensa antes da amamentação, pode-se retirar um pouco do leite manualmente.
- Permitir mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos.
- Massagens delicadas das mamas, com movimentos circulares, particularmente nas regiões mais afetadas. Elas ajudam o leite acumulado a fluir melhor.
- Usar sutiãs com alças largas e firmes para dar suporte às mamas e aliviar a dor.
- Fazer compressas frias em intervalos regulares, após as mamadas. Quando a situação for grave, o intervalo pode ser de duas horas.
Bloqueio de ductos lactíferos
O bloqueio acontece quando o leite produzido em uma determinada área da mama não é drenado adequadamente. Isso acontece com frequência quando a mama não está sendo esvaziada pelo bebê por algum motivo. Mas também pode ocorrer por outros motivos, como sutiã muito apertado ou uso de cremes no mamilo, obstruindo os poros de saída do leite.
A mulher com bloqueio dos ductos lactíferos apresenta nódulos localizados, sensíveis e dolorosos, além de vermelhidão e calor na área. Essa condição não causa sintomas mais graves, como febre. Mas podem aparecer pontos brancos na ponta do mamilo, o que causa muita dor durante as mamadas.
Para prevenir essa condição, deve-se evitar o uso de cremes e sutiãs apertados e permitir que o bebê mame com frequência. Caso não esteja mamando o suficiente, deve-se consultar o médico para entender o motivo.
Mastite
Mastite é um processo inflamatório que pode ocorrer quando o ducto mamário bloqueado não é tratado, isto é, drenado adequadamente. Diferente do bloqueio de ductos lactíferos, na mastite a mulher pode sentir sintomas como febre e mal estar. Se a condição progredir, pode resultar em uma infecção bacteriana.
Para tratar a mastite, o primeiro passo é o esvaziamento da mama, preferencialmente pelo próprio recém-nascido. Quando não for possível, deve-se esvaziá-la manualmente. Se surgirem sintomas mais graves, o médico poderá receitar os medicamentos adequados, como anti-inflamatórios. A prevenção é a mesma do ingurgitamento mamário.
Abscesso Mamário
Em geral, o abscesso mamário é causado pela mastite não tratada ou com tratamento iniciado tardiamente e ineficaz. É comum após a interrupção da amamentação, quando a mama foi afetada pela mastite e não houve o esvaziamento adequado do leite.
Essa condição pode afetar amamentações futuras e exige intervenção rápida, por meio de drenagem cirúrgica e tratamento da infecção, caso ocorra. Nesse caso, quanto antes procurar o médico, melhor.
Apesar da ocorrência eventual dessas situações, é importante que a mulher tenha em mente que todos esses problemas têm tratamento e que a amamentação é fundamental para o desenvolvimento do bebê: além de ser o melhor alimento, o leite materno fortalece o sistema imunológico e intensifica o vínculo mãe/filho, entre outras vantagens.
O Ministério da Saúde recomenda a amamentação exclusiva até os seis meses de idade, e complementar até os dois anos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ministério da Saúde (“Saúde da criança: Nutrição Infantil - Aleitamento Materno e Complementar 2009)
Site oficial do sistema de saúde do Reino Unido (“Breastfeeding problems”)
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