Durante os seis primeiros meses de vida, o bebê deve se alimentar exclusivamente de leite materno, de acordo com a Organização Mundial de Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria. Após esse período, outros alimentos são inseridos na alimentação para que cresça forte e saudável. A dieta balanceada, assim como a acompanhamento médico, são fundamentais para evitar a desnutrição infantil.
Quando a desnutrição infantil se apresenta na infância, as consequências podem ser graves. A doença é mais comum em países subdesenvolvidos, onde os índices de pobreza são maiores. Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, em 2016, nove crianças morreram a cada minuto devido à falta de nutrientes essenciais à sua dieta.
Mas, ainda que a desnutrição infantil esteja associada à fome, ela também acomete crianças aparentemente bem alimentadas. Nesse caso, o problema não é a falta de alimentos, e sim a qualidade deles.
O que é desnutrição infantil
A desnutrição se manifesta quando uma pessoa não ingere nutrientes suficientes ou quando não consegue absorvê-los adequadamente. Isso pode ocorrer por doenças como diarreia, sarampo e tuberculose.
O período mais crítico para a desnutrição é dos seis meses de idade – quando o bebê deixa de se alimentar exclusivamente de leite materno – até os dois anos. De acordo com a ONG Médicos sem Fronteiras, a alimentação correta nesse período é uma combinação do leite materno com alimentos que oferecem proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais - sempre com acompanhamento profissional adequado.
Para a criança com menos de dois anos, a dieta tem um impacto profundo no seu desenvolvimento físico e mental. Bebês desnutridos têm o sistema imunológico enfraquecido e são menos resistentes às doenças comuns da infância. Resfriados e diarreias, por exemplo, podem ser fatais. Além disso, a desnutrição está associada à maior recorrência de doenças infecciosas, prejuízos no desenvolvimento psicomotor, menor aproveitamento escolar e menor capacidade produtiva na vida adulta.
Sintomas da desnutrição infantil
O principal sintoma da desnutrição é a dificuldade para ganhar peso. Nas consultas pediátricas, o médico pesa o bebê para monitorar seu crescimento. Quando o peso não aumenta ou regride na curva de crescimento, ele pode estar desnutrido.
Esse sintoma pode ser acompanhado por falta de força e energia, além de dificuldade de concentração e crescimento atrofiado. Em casos graves, podem ocorrer inchaços no estômago, face e pernas, além da mudança na pigmentação da pele.
Para diagnosticar a desnutrição, o pediatra poderá solicitar exames de sangue, urina e fezes.
Fome oculta
Ainda que a desnutrição infantil esteja associada à fome, ela também pode ocorrer em crianças de melhores condições socioeconômicas e que aparentemente são bem alimentadas. Nesse caso, o problema não é a falta de alimentos, e sim a qualidade deles.
A fome oculta ocorre quando os alimentos presentes na dieta não são nutritivos. A comida pode ser deficiente em micronutrientes como, por exemplo, a vitamina A e ferro, necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê.
Diagnosticar a fome oculta pode ser mais difícil, pois o bebê não manifesta os sinais clássicos da desnutrição, como perda de peso e falta de concentração. A condição pode, inclusive, se manifestar em crianças obesas quando tendem a comer mais comidas gordurosas e desbalanceadas em detrimento de alimentos saudáveis. A alimentação inadequada é uma das primeiras pistas para investigar a saúde da criança. Quando a doença está mais desenvolvida, sintomas podem aparecer, como cansaço em excesso e desinteresse. Para fazer o diagnóstico, o médico poderá pedir exames bioquímicos para medir níveis de nutrientes no organismo, como ferro e vitamina A.
A fome oculta afeta a saúde e vitalidade e pode ter consequências sérias como carência de iodo, vitamina D, vitamina A e anemia por deficiência de ferro. A carência de ferro pode comprometer o desenvolvimento intelectual e psicomotor da criança. Já a falta de vitamina D pode afetar a visão, podendo até causar cegueira total, e debilita o sistema imunológico. O iodo pode evitar vários problemas de saúde, como retardo do crescimento e comprometimento do desenvolvimento cerebral.
Como prevenir e tratar a desnutrição infantil
O primeiro passo é esclarecer a família sobre as causas e consequências da desnutrição. Desde a gestação, os pais devem ser orientados sobre o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementar até os dois anos, assim como a dieta ideal na hora de introduzir alimentos sólidos na alimentação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o vínculo entre bebê e família também é importante. Em caso de desnutrição, o laço deve ser reavaliado para entender se há uma relação afetiva e saudável. A participação do responsável na vida da criança é fundamental para garantir que se alimente adequadamente e não tenha problemas de saúde de ordem física ou emocional.
O bebê desnutrido deve ser acompanhado pelo médico pediátrico mensalmente. Ele poderá receitar suplementos nutricionais, como ferro, ácido fólico e vitamina A, conforme o caso, ou encaminhar para um nutricionista especializado, que formulará a melhor dieta para o pequeno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia: Unicef (“Micronutrients and Hidden Hunger” e “Ameaça à Saúde”)
International Life Sciences Institute (“Fome Oculta”)
Médicos Sem Fronteiras (“Desnutrição”)
Ministério da Saúde (“Desnutrição” e “Alimentação e nutrição no Brasil”)
Sociedade Brasileira de Pediatria (“Manual Prático de Atendimento em Consultório e Ambulatório de Pediatria”)
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