Passeio com o bebê: seis benefícios do contato com a natureza

Criar um filho não é tarefa fácil, mas duas das máximas mais importantes nesse processo são, certamente, o planejamento e a disponibilidade. É na primeira infância que a maioria das nossas conexões neurais são formadas: nunca, como nessa etapa da vida, desenvolveremos tanto os nossos sentidos — mas isso, depende, é claro, de estímulos constantes.

Por isso, colocar o pequeno num carrinho de bebê e dar uma volta pelo parque, parando alguns minutos para colocar os pezinhos dele na grama ou dar uma folhinha ou flor na sua mão pode ser um ato revolucionário.

Listamos abaixo 6 benefícios que o contato precoce com o som dos pássaros, com o aroma das flores e com as texturas da terra e das plantinhas podem trazer para seu filho. Vamos lá:

Favorece o desenvolvimento da linguagem

A brisa leve do vento, os raios solares, os cheiros próprios de cada planta ou bichinho e seus barulhos são capazes proporcionar aos pequenos um nível gigantesco de informações sensoriais, que serão retidas na memória e processadas durante a linguagem. Por isso, pesquisadores comprovaram que quanto mais cedo é o contato com o meio ambiente, mais brevemente as crianças desenvolvem a linguagem e a fala, segundo estudo divulgado no ano de 2014, pelo Jornal Europeu de Ciências Sociais, Educação e Pesquisa.

Melhora o desenvolvimento físico dos bebês

As crianças desenvolvem grande parte das habilidades motoras mais básicas até os cinco anos de idade, mais precisamente durante os primeiros meses de vida. Por isso, passar grande parte do tempo ao ar livre fortalece as musculaturas, ossos e o corpinho do bebê de uma forma geral, facilitando, assim, o desenvolvimento motor infantil.

Aguça a curiosidade e promove uma base sólida para a aprendizagem

Segundo a Escala Norte-Americana de Avaliação do Ambiente Infantil e da Criança, praticar atividades ao ar livre possui um papel fundamental no desenvolvimento de valores fundamentais para a aprendizagem, como a criatividade. Estar presente em uma diversidade maior de ambientes proporciona também uma criação maior de sinapses, fundamentais para todas as atividades cerebrais, como a leitura e a escrita, por exemplo.

Neste documento, lançado pela primeira vez na década de 1990, os estudiosos destacaram: "acreditamos que as crianças nascem cientistas naturais que são curiosos e prontos para aprender. Mesmo na infância, os pequenos já possuem a capacidade de comparar e contrastar os objetos enquanto exploram seu mundo."

Ajuda o bebê a dormir melhor

O Sol tem um papel fundamental para regularizar o reloginho biológico dos bebês, ajudando, assim, os pequenos a estabelecerem padrões saudáveis de sono. Essa foi a conclusão de um estudo realizado no ano de 2004 e publicado no Jornal Norte-Americano do Sono: pequenos com idades inferiores a 13 semanas que passaram duas vezes mais tempo em contato com os raios solares tiveram mais sucesso em regularizar o sono e dormir bem à noite, do que aqueles que não foram expostos. Parece uma boa solução para o fim das noites em claro, não?

Fortalece o sistema imunológico

É comprovado cientificamente também que, quanto mais cedo acontecer o primeiro contato do bebê com a natureza, mais fortificado será o seu sistema imunológico, visto que o meio ambiente possui uma capacidade de estimular a produção de anticorpos, principal arma contra a ação de bactérias e outros microrganismos. E isso se refletirá por toda a vida dos pequenos. Entretanto, antes de proporcionar esse contato entre seu filho e a natureza, converse com o pediatra que acompanha seu filho, para saber o melhor momento e a melhor forma de iniciar esse contato.

Fortalece o vínculo entre pais e filho e ajuda a evitar depressão pós-parto

Todo momento dedicado ao bebê exclusivamente fortalece o vínculo entre os pais e o filho. E os benefícios são ainda maiores: uma pesquisa divulgada pelo periódico científico norte-americano Extremo Fisiologia & Medicina apontou que programas em família ao ar livre são capazes de “melhorar a autoestima e impedir o surgimento de sentimentos como tensão, raiva e depressão.”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

European Journal of Social Sciences Education and Research - Edição de 2017. http://journals.euser.org/index.php/ejser/issue/view/143

Journal of Physical Education, Recreation & Dance - ("Windows of Opportunity for Early Brain and Motor Development").
http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/07303084.1998.10605614?journalCode=ujrd20&amp=&#.V1RrWJMrLeQ

Frank Porter Graham Child Development Institute - ("Infant/Toddler Environment Rating Scale").
http://ers.fpg.unc.edu/node/84

School of Psychology, Liverpool - (“The relationship between daytime exposure to light andnight-time sleep in 6–12-week-old infants”).
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2869.2004.00435.x/epdf

Extreme Physiology & Medicine - (“The great outdoors: how a green exercise environment can benefit all”)
https://extremephysiolmed.biomedcentral.com/articles/10.1186/2046-7648-2-3

Young Children on the Web - (“Infants and Toddlers Meet the Natural World”).
https://www.naeyc.org/files/yc/file/200801/BTJNatureMcHenry.pdf