"Regras dos pais: como estabelecer limites quando um familiar é a """"""""babá"""

5 minutos - 13 de Abril de 2018 - por Equipe Danone Baby

" Pais educam e avós estragam" . " Avós são pais com açúcar" . " Na casa da tia pode tudo" . A lista de ditados atrelados à permissividade de tios e avós em relação às crianças da família é extensa, conhecida e até celebrada. Para o senso comum, é normal e até saudável que os pais exerçam o trabalho árduo de educar enquanto ao restante dos familiares cabe dar " aquela estragadinha" na criança.

Apesar de consagrada, essa lógica é cada vez mais questionada pelos especialistas, ainda mais quando cabe a esses familiares o cuidado com a criança durante todo o expediente de trabalho dos pais. Nesse caso, se as regras não forem claras, os prejuízos serão grandes.

A dica de ouro é estabelecer o diálogo sempre claro e direto e avisar que, apesar da imensa ajuda que os familiares estão proporcionando por cuidarem da criança por um período, quem define o que é certo ou errado, o que pode ser feito ou não são sempre os pais. Argumentos como ‘eu sempre fiz assim’ ou ‘você foi criada assim e deu certo’ podem ser usados. Mas precisam ser refutados com delicadeza e firmeza. Procure explicar que, mesmo que os avós já tenham tido a experiência de criar um filho, os limites que permeiam a educação do pequeno devem ser definidos pelos pais e não devem ficar em segundo plano.

Uma boa forma de convencê-los é ponderar sobre as intensas transformações que a sociedade foi submetida com o decorrer dos anos e, por outro lado, como a ciência tem mostrado que comportamentos inocentes, como a oferta indiscriminada de alimentos, pode não ser saudável para o bebê e a criança.

Cientistas afirmam que a definição de limites e o auxílio adulto, por exemplo, são fundamentais para que os pequenos sejam capazes de construir a si mesmos como indivíduos. Assimilar as limitações e incorporá-las à rotina também implica no entendimento da realidade e das possibilidades e dos perigos envolvidos em cada situação. E cabe ao adulto esse processo de tutoria.

Para ajudar os pais nesse combinado com avós, tios e/ou outros familiares, veja o que é importante pontuar:

  1. Rotina: os cuidadores precisam respeitar a rotina de sono e alimentação definido pelos pais. Mesmo que isso implique em uns momentos de birra.
  2. Mimos e presentes: se os pais acreditam que os filhos não devem ser presenteados o tempo todo, os familiares precisam fugir da tentação de comprar aquele brinquedinho novo toda semana.
  3. Alimentação: os pais devem dar orientações claras sobre o cardápio e pedir para que as suas opções sejam seguidas sejam obedecidas.
  4. Limites: peça que o cuidador seja firme em relação ao cumprimento das ordens que dá à criança. Os pequenos são desafiadores por natureza e, se perceberem que a birra é capaz de fazer o adulto retroceder, vão se valer do expediente a todo tempo e, com isso, perderão a chance de aprender, por exemplo, sobre resiliência e respeito. Isso trará prejuízos no futuro.

No fim, uma coisa é certa: crianças que têm o afeto e o apoio de familiares, principalmente os avós, possuem um porto-seguro a mais. Também aumentam as chances de elas desenvolverem perspectivas mais aguçadas sobre a realidade, visto que esse contato fortalece a sensação de pertencimento. Só é preciso que seja um trabalho conjunto com os pais!


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - “Limites na educação infantil: As representações sociais de pais e professores”, 2007.

Revista Científica Eletrônica de Psicologia da Faculdade de Ciências da Saúde de Garça - “A importância do senso de limites para o desenvolvimento da criança”, 2006.

Universidade Tuiuti do Paraná - “Avós que Assumem a Criação de Netos”, 2013.

Universidade Federal da Grande Dourados - “Avós e netos: As relações estabelecidas nos processos educativos e ‘civilizadores’”, 2007.

Universidade São Francisco - “Ser avó na família contemporânea: que jeito é esse?”, 2014.

Universidade Federal do Ceará - “Avós e netos no século XXI: Autoridade, afeto e medo*”, 2011.

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