O câncer de mama é a maior causa de morte por câncer nas mulheres em todo o mundo, com cerca de 522 mil mortes estimadas por ano. No Brasil, a doença corresponde a 25% de todos os casos de cânceres registrados anualmente: estima-se que a cada ano surjam cerca de 57.120 novos casos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer.
Outubro marca, internacionalmente, o mês de prevenção à doença. A data, lembrada em vários países pela cor rosa, foi idealizada na década de 90 com o objetivo de informar sobre o assunto que foi considerado tabu por muito tempo. Confira abaixo tudo sobre a doença: sintomas, detecção, tratamento e formas de prevenção.
O que é câncer de mama?
O Instituto Nacional de Câncer considera o câncer de mama como um “grupo heterogêneo de doenças”, que implicam em sintomas e tratamentos distintos, com várias manifestações clínicas e morfológicas. Portanto, as quatro variações do câncer da mama são:
- Hiperplasia: O nome faz referência ao aumento benigno do tecido das mamas em decorrência da multiplicação das células. Essa alteração pode acontecer em várias partes do corpo, inclusive na mama. Neste caso, geralmente atinge a região dos lóbulos ou dos ductos. Comumente, essa variação aparece devido ao envelhecimento do seio.
- Hiperplasia atípica: Essa é uma variação da hiperlapsia, e se caracteriza pelo desenvolvimento anormal das células. Também pode atingir tanto os ductos, quanto os lóbulos, além de ser de caráter benigno. Embora não cause sintomas nem dores, é extremamente comum que as células consideradas anormais se espalhem pelos tecidos mamários, aumentando consideravelmente as chances da paciente desenvolver cancro de mama.
- Carcinoma in situ: Considerado por especialistas como um pré-câncer, o carcinoma in situ é caracterizado como um tumor maligno que se desenvolve a partir de células epiteliais, glandulares, ou que compõem o trofoblasto dos ductos ou dos lóbulos. Nesse estágio do tumor, as células estão localizadas e ainda não invadiram os vasos sanguíneos e linfáticos, esses últimos responsáveis por transportar as células de defesa do corpo. Entretanto, se não for diagnosticada rapidamente, poderá evoluir para o próximo estágio.
- Carcinoma invasivo: Essa variação acontece quando as células do tumor maligno atravessam a membrana basal, responsável por separar as camadas superficiais das mais profundas, onde estão os vasos linfáticos e sanguíneos. Por isso o tipo de câncer é chamado de invasivo, mas também pode receber o nome de infiltrativo. Esse estágio representa grande perigo para a vida da paciente, visto que a possibilidade de ocorrer metástase é grande, ou seja, há maior probabilidade das células cancerosas alcançarem outros lugares do corpo, formando novos tumores, uma vez que já atingiram a corrente sanguínea.
Quais são os sintomas de câncer de mama?
O principal sintoma do câncer de mama é o surgimento de nódulos. Normalmente, esse nódulo é duro, indolor e de formato irregular, entretanto, existem tumores que possuem outras características, e podem ser brandos, bem definidos e globulosos. Assim como cada mulher, cada mama é única, ou seja, possui suas próprias peculiaridades.
Além desse sinal, outros que também aparecem durante o desenvolvimento da doença são: inchaço na região do caroço semelhante ao de uma casca de laranja retração da pele dor inversão dos mamilos (quando o bico do seio se coloca para dentro) aumento da quantidade de sangue nessa região descamação ou formação de úlceras (feridas) nos mamilos secreção papilar, como é chamada a secreção que sai do mamilo sem possuir relação com a gravidez, e o inchaço de linfonodos, como são chamadas as glândulas linfáticas, da axila.
O que causa câncer de mama?
O câncer de mama é considerado uma doença multifatorial, ou seja, seu surgimento é acarretado por vários fatores. É comprovado cientificamente que o risco de ter a doença aumenta consideravelmente com a faixa etária: a idade de maior risco é a partir dos 50 anos.
As causas comportamentais e ambientais, ou seja, que dizem respeito sobre o estilo de vida das pacientes, normalmente são: aumento do peso (sobrepeso ou obesidade) após os 50 anos rotina sedentária exposição significativa a equipamentos que funcionam à base de radiações ionizantes como raios-x e outros utilizados em exames como mamografia e tomografia.
Além disso, outros fatores de risco relacionados à história reprodutiva do corpo da paciente podem ser: primeira menstruação antes dos 12 anos de idade primeira gestação após os 30 anos não ter engravidado antes de entrar na menopausa nunca ter amamentado entrar na menopausa após os 55 anos ter sido submetida ao uso de contraceptivos feitos à base de hormônio por muito tempo ou reposição hormonal pós-menopausa.
O câncer de mama também tem relação genética e pode ter sido desencadeado por histórico familiar, portanto, se a sua mãe, tia ou avó já teve câncer de ovário ou de mama antes dos 50 anos, fique atenta. Diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, o câncer de mama também pode atingir homens, portanto, se o seu pai, avô ou tio já desenvolveram a doença em alguma etapa da vida, é mais um sinal para que você fique alerta.
Como prevenir câncer de mama?
Não há maneiras específicas para prevenir o surgimento do câncer de mama, entretanto, é importante se atentar aos fatores de risco relacionados ao estilo de vida, como sobrepeso, obesidade e sedentarismo. A prática de atividades físicas, além de uma boa alimentação, são recomendações importantes que podem ajudar a evitar o aparecimento não só do câncer de mama, como de outras doenças relacionadas a hábitos nada saudáveis.
Como identificar câncer de mama?
Conhecer o próprio corpo é a melhor forma de identificar o surgimento do câncer de mama. Portanto, é fundamental que, além da mamografia de rotina, exame que deve ser realizado periodicamente, as pacientes façam também o autoexame, que consiste em apalpar os seios durante o banho ou em outras ocasiões para identificar possíveis alterações como o surgimento dos nódulos.
A mamografia é realizada com a ajuda do mamógrafo, um aparelho composto por raios-x capaz de encontrar com maior eficiência as alterações nos seios da mulher. Geralmente, os especialistas caracterizam o exame em duas categorias: a de rastreamento, que conforme o próprio nome já diz, deve ser feita para “rastrear” as alterações incomuns, a cada 2 anos, em mulheres que possuem idades entre 50 a 69 anos.
Além disso, a mamografia também pode ser diagnóstica, essa deve ser realizada em qualquer idade com o propósito de confirmar ou não a suspeita do aparecimento da doença. Especialistas da área também podem sugerir o exame clínico das mamas, que consiste no mesmo método do autoexame de apalpar, mas realizado por um profissional.
É câncer de mama, e agora?
Já é comprovado cientificamente que o êxito do tratamento contra o câncer de mama está intimamente relacionado ao diagnóstico precoce, ou seja, quanto antes a doença for descoberta, maiores são as chances de sobrevivência e menos agressivo será o tratamento.
Os métodos utilizados para o tratamento do câncer dependem da gravidade do tumor e do tipo da doença. Via de regra, envolve três áreas: a quimioterapia (feito através do uso de medicamentos) radioterapia (feito com o uso da radiação) e dependendo do tamanho do tumor e da sua gravidade, pode implicar na remoção parcial ou total da mama, num procedimento cirúrgico chamado de mastectomia.
Os efeitos colaterais também estão relacionados à agressividade do tratamento e aos métodos utilizados. No caso da radioterapia, a região que recebe a radiação geralmente apresenta um aspecto mais avermelhado, seco e sensível ao toque, além do aparecimento de uma pigmentação incomum, resultado dos raios recebidos.
O principal efeito colateral do tratamento quimioterápico é a perda de cabelos e de outros pelos do corpo. Os medicamentos utilizados possuem uma ação muito forte nas células sanguíneas, o que poderá resultar em outras adversidades como a perda de apetite, náuseas, vômitos, além do aparecimento de feridas (ulcerações) na boca.
Caso o especialista recomende a retirada — total ou parcial — da mama, a mulher também poderá sentir dores na região, além do aumento significativo da sensibilidade. Nesses casos, também é comum que a auto-estima seja afetada. Portanto, é muito importante que as mulheres submetidas ao tratamento tenham apoio incondicional da família e daqueles que as cercam, e não tenham receio de conversar sobre o assunto com outras pessoas. Grupos de pacientes em tratamento ou que já se curaram são um bom espaço de conversa e conforto mútuo.
O câncer de mama tem cura?
Sim. Como as chances de cura estão totalmente relacionadas às fases do desenvolvimento da doença, quanto mais cedo for descoberto, melhor é o prognóstico. Entretanto, o câncer é uma doença que pode afetar outros órgãos do corpo humano, e normalmente, a possibilidade de cura diminui muito quando ele atinge o estado metastático, ou seja, quando essas células cancerígenas atingem a corrente sanguínea ou linfática e se deslocam para outras regiões do corpo, podendo afetar outros órgãos.
Nesse cenário, a melhor arma contra a doença é a informação. E o Outubro Rosa quer exatamente bradar: "mulheres, conheçam o próprio corpo, façam o autoexame, compareçam às consultas com o ginecologista, agende a mamografia e falem sobre o assunto."
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“Câncer de mama: É preciso falar disso” - Ministério da Saúde - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/CANCERDEMAMAEPRECISOFALARDISSO.pdf
“Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil” - Ministério da Saúde - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).
http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/livro_deteccao_precoce_final.pdf
“Prevenção do câncer de mama” - Normas e Recomendações do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).
http://www.inca.gov.br/rbc/n_49/v04/pdf/norma6.pdf
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