Grávida pode beber cerveja?

"5 minutos - 29 de Janeiro de 2018 - por Equipe Danone Baby

Um estudo realizado no Estado de São Paulo, em 2009, mostrou que 33% das gestantes declararam terem consumido álcool em determinado momento da gravidez, 21% ainda responderam que tomaram bebidas alcoólicas durante os três trimestres. Um estudo realizado no Estado de São Paulo, em 2009, mostrou que 33% das gestantes declararam terem consumido álcool em determinado momento da gravidez, 21% ainda responderam que tomaram bebidas alcoólicas durante os três trimestres.

Os efeitos do álcool no organismo do bebê são extremamente graves e severos. E como estudos sobre o assunto não foram capazes de identificar qual é a " quantidade “segura” que uma gestante pode ingerir de álcool, o recomendado é que as grávidas não consumam nada alcoólico.

O conjunto de complicações acarretadas pelo consumo de álcool durante a gestação nos bebês tem um nome: síndrome alcóolica fetal, conhecida também pela sigla SAF. As desordens compreendem o campo físico, mental e comportamental. Estudiosos também apontaram que filhos de mulheres que ingeriram álcool durante a gestação têm mais propensão a se tornarem dependentes dessas substâncias, além de aumentar as chances de apresentarem dificuldades na escola e no trabalho. Em casos mais graves, ingerir álcool durante os meses de gravidez pode levar a abortos e prematuridade.

Tomar bebidas alcoólicas durante a gravidez também reduz em 20% do consumo de leite materno pelo bebê. Além disso, 2% do álcool também pode ser transmitido para o bebê através do leite materno.

Fatores de risco para o consumo de álcool durante a gestação

Alguns fatores podem estar relacionados ao vício em álcool durante a gravidez, entre eles: gravidez precoce e sem planejamento menor grau de escolaridade baixa renda mensal abandono do pai da criança convivência com pessoas que ingerem álcool com frequência vícios em cigarro ou em outras drogas começo tardio do pré-natal ou menor frequência das consultas de rotina.

Na contramão dos fatores de risco, especialistas também elencaram alguns comportamentos que podem ser protetivos para o vício em álcool durante a gravidez, como o número menor de filhos alto grau de escolaridade afinidade com religiões companheiro presente e não usuário de álcool e alimentação e nutrição adequada durante a gravidez.

Quais são os principais problemas desenvolvidos por bebês com síndrome alcoólica fetal?

Os bebês que desenvolvem a condição possuem complicações tais como:

  • Anomalias faciais: bebês filhos de mães que ingeriram álcool durante a gravidez, tendem a apresentar, pelo menos, duas delas:
  • Fissura palpebral pequena (abertura reduzida dos olhos)
  • Ptose palpebral (queda incomum da pálpebra superior)
  • Hemiface achatada (quando os lados da cabeça apresentam um achatamento incomum, principalmente os que são concentrados na porção superior)
  • Nariz antevertido (mais achatado, redondinho ou curto)
  • Lábio superior fino (e geralmente retinho, bem menos espesso do que o debaixo)
  • Complicações relacionadas ao crescimento: Geralmente estão associadas à prematuridade, sendo a principal delas o baixo peso ao nascer e restrições do crescimento e desenvolvimento dos ossos e dos músculos como um todo, apesar da nutrição adequada.
  • Problemas do sistema nervoso:
  • Microcefalia: Diminuição anormal da cabeça, associada a deficiências mentais
  • Agnesia do corpo caloso: Malformação de uma região do cérebro que se desenvolve entre a 12ª a 20ª semana de gestação, responsável por fazer os ligamentos entre os dois hemisférios do cérebro. Sua ausência pode provocar epilepsia e atrasos no desenvolvimento psicomotor.
  • Hipoplasia cerebelar: Defeito cerebral que provoca alterações no sistema nervoso central e pode ocasionar a ausência da coordenação motora, dificuldades de manter a postura, contrações musculares involuntárias, convulsões, movimentos involuntários dos olho, distúrbios de equilíbrio e a hidrocefaliaPerda de audição
  • Anomalias relacionadas ao aprendizado: Dificuldade ou incapacidade de leitura durante o processo de alfabetização Redução no desempenho escolar
  • Dificuldades relacionadas ao controle dos impulsos
  • Dificuldades no desenvolvimento da linguagem e da memória
  • Deficiências congênitas dos órgãos:
  • Defeitos cardíacos: Alterações nos septos que agem com o intuito de não deixar que os sangues venoso e arterial se misturem
  • Defeitos nos esqueletos e nos membros: escoliose, tórax escavado, contrações das articulações maiores, dedos pequenos etc
  • Defeitos nos rins: diminuição significativa das células renais e displasia renal, condição que pode levar à insuficiência dos rins, além da duplicação do canal da uretra
  • Deficiências oftalmológicas: estrabismo e desenvolvimento incorreto do nervo óptico
  • Alterações das orelhas: Deficiências variam de orelhas de abano até a sua completa ausência
  • Lábio leporino ou de palato

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Revista do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein - “Revisão - Efeitos do álcool no recém-nascido”, 2010.

Jornal de Pediatria - “A exposição pré–natal ao álcool como fator de risco para comportamentos disfuncionais: o papel do pediatra”, 2008.

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