Como a alimentação impacta a saúde do cérebro

5 minutes - 17 de setembro de 2021 - por Equipe Danone Nutricia


Se você já sentiu dor de barriga em momentos de ansiedade ou estresse, saiba que não foi pura coincidência. Cérebro e sistema digestivo estão conectados, por isso as suas emoções influenciam no seu bem-estar intestinal, assim como a alimentação impacta a saúde dos neurônios.

O cérebro está sempre trabalhando, até mesmo quando estamos dormindo. Ele controla nossos pensamentos, respiração, movimentos, batimentos cardíacos e sentidos. Por isso, requer um suprimento constante de combustível, que vem da alimentação. Assim, tudo o que consumimos afeta a estrutura e funções do cérebro.

O eixo cérebro-intestino

Existe uma comunicação constante entre o cérebro e o intestino. Sinais enviados pelo cérebro podem modificar a movimentação, o funcionamento e a sensação de bem-estar do sistema digestivo. É por isso que quando estamos com medo ou nervosos, por exemplo, sentimos um friozinho na barriga.

O intestino, por sua vez, envia mensagens ao cérebro que podem afetar o comportamento, as emoções, o estresse e a dor. Não é à toa que o intestino é chamado de “segundo cérebro”.

Essa relação bidirecional, chamada de “eixo cérebro-intestino'', é regulada por hormônios e neurônios, assim como pelo sistema imunológico, e é vital para a homeostase, a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções, como comer e dormir.

O cérebro e a alimentação

Para funcionar corretamente, o cérebro precisa do melhor combustível disponível no mercado, ou seja, uma dieta saudável e balanceada. Comer alimentos de alta qualidade, que contenham vitaminas, minerais e antioxidantes, nutre o cérebro e o protege do estresse oxidativo, os famosos radicais livres produzidos quando o corpo usa oxigênio. Esses radicais podem danificar as células e provocar problemas cognitivos e de memória ao longo do envelhecimento.

Da mesma forma, ao ingerir alimentos de pouca qualidade, o cérebro pode ser danificado. Alimentos ricos em açúcares refinados, por exemplo, são prejudiciais. Além de piorar a regulação da insulina pelo corpo, promovem inflamação e estresse oxidativo, segundo publicação da Escola de Medicina da Universidade, nos Estados Unidos. Diversos estudos encontraram uma correlação entre uma dieta rica em açúcares refinados e função cerebral prejudicada, além de piora dos sintomas de transtornos de humor, como a depressão.

A importância das bactérias do bem

A saúde da microbiota também é importante para o bom funcionamento do intestino e, por consequência, do cérebro. Você provavelmente já ouviu falar das bactérias do bem, microrganismos que compõem a nossa flora intestinal e desempenham papel importante na modulação do sistema digestivo, imunológico e diversas outras funções.

Estudo de 2012 realizado por cientistas da University College Cork, na Irlanda, por exemplo, afirma que a microbiota intestinal tem papel importante na modulação do comportamento e do humor. A pesquisa também demonstra que uma ruptura em sua composição pode contribuir para diversas doenças, inclusive distúrbios do sistema nervoso central. Da mesma forma, o estresse, inclusive nos primeiros anos de vida, pode alterar a composição da microbiota e prejudicar a fisiologia do corpo mais tarde.

Assim, uma alimentação adequada e propícia para o desenvolvimento da flora intestinal é fundamental também para a saúde do cérebro.

Dieta do Mediterrâneo para a melhor saúde do cérebro

Uma alimentação saudável, diversa e balanceada é fundamental para o bom funcionamento do intestino e também do cérebro. Porém, alguns tipos específicos de alimentação, como a Dieta do Mediterrâneo, podem contribuir para a melhor saúde dos neurônios.

A Dieta do Mediterrâneo é um termo que engloba as práticas alimentares dos 16 países que rodeiam o Mar Mediterrâneo, como Itália, Espanha, Grécia e Marrocos. Apesar da variação de hábitos por região, costuma ser rica em vegetais, frutas, grãos integrais, nozes, sementes e azeite de oliva. Peixes aves devem ser ingeridos com moderação, enquanto produtos lácteos, principalmente iogurte e queijo, carne vermelha, carnes processadas e doces devem ser consumidos com menor frequência.

Essa dieta é rica em nutrientes como ômega 3, vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina E, colina e selênio, que trazem uma série de benefícios para o cérebro. O ômega 3, por exemplo, é um importante constituinte do cérebro e tem papel na função cognitiva. Já a colina é um nutriente essencial para o funcionamento de todas as células. Além disso, atua também como matéria prima para a formação de um importante neurotransmissor relacionado com a memória.

Tudo o que você coloca no prato tem impacto direto na saúde do cérebro. Ficar atento à alimentação adequada é fundamental em todas as fases da vida.

Referências:

Mind-altering microorganisms: the impact of the gut microbiota on brain and behaviour - University College Cork, Irlanda - 2012.

Harvard Health Publishing - Harvard Medical School. Mediterranean diet linked to lower inflammation, healthy aging.

Souzedo FB, Bizarro L, Pereira APA. O eixo intestino-cérebro e sintomas depressivos: uma revisão sistemática dos ensaios clínicos randomizados com probióticos. J. bras. psiquiatr. vol.69 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2020 Epub Dec 04, 2020.

Guedes RCA, Rocha-de-Melo AP, Teodósio NR. Nutrição adequada: a base do funcionamento cerebral. Cienc. Cult. vol.56 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2004.

University of Washington. How nutrition impacts the brain and mental health.

Gómez-Pinilla F. Brain foods: the effects of nutrients on brain function. Nat Rev Neurosci. 20089(7):568-578. doi:10.1038/nrn2421.

Harvard Health Publishing - Harvard Medical School. Nutritional psychiatry: Your brain on food.

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