Paralisia cerebral: causas, tipos e tratamento

"5 minutos - 6 de Fevereiro de 2018 - por Equipe Danone Baby

O termo paralisia cerebral apareceu pela primeira vez no ano de 1843, quando o ortopedista inglês William John Little se dedicou a estudar 47 crianças que possuíam uma condição chamada de espasticidade. O termo vem da palavra espasmo e pode ser caracterizado como a contração dos músculos acarretado pelo aumento do tônus muscular, devido a anormalidades presentes no sistema neurológico.

A condição pode aparecer desde o momento da concepção do óvulo da mãe até que o bebê complete 2 anos de idade e compromete o lado motor dos pequenos. Confira abaixo tudo sobre a PC, sigla muito utilizada por especialistas da área:

O que é paralisia cerebral?

A paralisia cerebral é uma síndrome classificada por uma rara lesão no cérebro, que acomete duas em cada mil crianças nascidas vivas em todo o mundo. Caracterizada como a causa mais comum de deficiências graves na primeira infância, essa lesão irreversível pode atingir bebês desde o momento da concepção até os dois anos de idade. Ela tem caráter não progressivo, isto é, não piora com o tempo, mas é determinante para o aparecimento de limitações de funcionalidade motora.

Os problemas de ordem motora podem aparecer junto de outros distúrbios ligados aos campos sensorial, perceptivo, cognitivo e das ordens comunicacional e comportamental. Crianças que possuem a síndrome também podem desenvolver epilepsia e outras complicações no esqueleto e nos músculos. Entretanto, é importante ressaltar que embora o termo paralisia cerebral seja usado para nomear uma síndrome, seus sinais e a gravidade dos comprometimentos varia de situação para situação e estão diretamente relacionados com a causa do problema. Outro fator que merece destaque, nesse caso, é que nem todas as crianças possuem complicações ligadas ao campo cognitivo.

Quais são os tipos de paralisia cerebral?

A paralisia cerebral pode ser classificada de três formas, a primeira delas, pelas suas causas, a segunda, pelos níveis de comprometimento motor na funcionalidade das crianças, e a terceira pela forma e região do corpo em que esses comprometimentos se distribuem. A partir dessas classificações, há três subtipos para cada uma.

Quanto à região do cérebro em que atinge:

  • Paralisia cerebral espástica: É a variação mais comum da síndrome e atinge a região do córtex motor do cérebro, responsável pelos movimentos. Nesse caso, os músculos possuem a sua capacidade de força reduzida e o tônus elevado, o que provoca enrijecimento. É comum que os pequenos diagnosticados com esse tipo possuam o que os médicos caracterizam como contraturas, também chamadas de encurtamentos musculares. As estruturas ósseas também apresentam comprometimento, acarretando deformidades. Atividades comuns para bebês como sentar sozinho, engatinhar e andar podem sofrer atrasos.
  • Paralisia cerebral extrapiramidal: Essas lesões aparecem em algumas regiões mais interiores do cérebro. Crianças que possuem esse tipo fazem movimentos involuntários, também chamados de espasmos. Essas movimentações acarretam o que os médicos chamam de distonia, nome científico dado quando há uma mudança significativa no eixo corporal. Assim como na primeira variação, esse tipo de paralisia cerebral também acarreta deformidades e atrasos em atividades-chave do marco do desenvolvimento da primeira infância.
  • Paralisia cerebral atáxica: mais rara, a lesão acomete a região do cerebelo, fundamental no desenvolvimento de funções como a coordenação motora e o equilíbrio. Bebês com essa lesão apresentam sinais bem específicos, como incoordenação das extremidades como mãos, tronco e pés, além de tremores. Aqueles que conseguem caminhar são incapazes de manter o passo em linha reta. Nesse caso, é comum que haja atraso e alterações na fala, bem como algum grau de comprometimento mental.

Quanto à região do corpo em que os comprometimentos dos movimentos aparecem:

  • Tetraparesia: Quando os membros superiores e inferiores possuem comprometimento, com o mesmo grau de gravidade. Como os atrasos no desenvolvimento motor são distribuídos, a independência para realizar pequenas tarefas é extremamente limitada.
  • Diparesia: Os sinais de atraso do desenvolvimento ocorrem, majoritariamente, nos membros inferiores, como as pernas e os pés. Portanto, as chances de desenvolver pequenas funções é maior com as mãos e os braços.
  • Hemiparesia: Acontece quando apenas um lado do corpo apresenta o comprometimento, o que depende de qual lado o cérebro está lesionado.

Por que ocorre paralisia cerebral?

A paralisia cerebral pode acontecer em três momentos da vida da criança e isso está relacionado diretamente às suas causas.

Causas pré-natais: São lesões cerebrais que acometem os bebês antes do seu nascimento e, portanto, estão ligadas em sua maioria à saúde materna, como diabetes, doença tireoidiana, pressão alta, infecções causadas por vírus como a toxoplasmose, herpes e a rubéola, descolamento prematuro de placenta e tumores uterinos. Além do uso de substâncias tóxicas, claramente contraindicadas durante a gestação, como álcool, tabaco e outras drogas. Malformações fetais que atingem o sistema nervoso central também compõem a lista.

Algumas causas podem ainda anteceder o período pré-natal e podem ser classificadas como pré-concepcionais, ou seja, os fatores aparecem antes mesmo do momento da concepção, como histórico familiar de doenças neurológicas ou convulsionais.

Causas peri-natais: São aquelas que acontecem no momento em que a mulher entra em trabalho de parto e se desdobram em até seis horas após a chegada do bebê ao mundo. Alguns fatores cruciais e determinantes para o aparecimento da paralisia são: redução da pressão parcial do oxigênio e da concentração de hemoglobina durante o parto, prematuridade, baixo peso ao nascer, trabalho de parto longo, choque hipovolêmico (perda considerável de sangue causada por um acidente, por exemplo) e nó do cordão umbilical.

Causas pós-natais: A lesão, neste caso, pode ocorrer até que a criança complete dois anos de idade. Meningite viral, traumas na região do crânio, mal-convulsivo e o surgimento de tumores no sistema nervoso central entram na lista das causas. A partir dos 2 anos de idade, o sistema nervoso central dos seres humanos já se desenvolveu completamente, impossibilitando, portanto, o aparecimento de comprometimentos motores relacionados à paralisia cerebral.

Como diagnosticar paralisia cerebral?

A paralisia cerebral pode ser identificada por sinais clínicos, que deverão ser analisados com o histórico familiar. A partir das suposições, o especialista sugere a realização de exames físicos como a tomografia axial computadorizada (TAC) e a ressonância magnética (RM), para saber qual é a área do cérebro e quais alterações estruturais são comprometidas, e a eletroencefalografia (EEG), um monitoramento eletrofisiológico para identificar irregularidades na atividade elétrica dos sistema nervoso central, feito com eletrodos posicionados no couro cabeludo.

Como tratar a paralisia cerebral?

O tratamento varia de acordo com o grau de comprometimento cerebral de cada paciente. É fundamental, no entanto, que a criança seja atendida por uma equipe multidisciplinar que possam identificar as necessidades nos campos motor, cognitivo e mental. Hidroterapia, equoterapia, fisioterapia e terapia ocupacional têm sido determinantes em vários casos de crianças com paralisia cerebral e proporcionam um maior desenvolvimento devido a presença de múltiplos estímulos, necessários e benéficos para a primeira infância.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá (UNAERP) - Simpósio Internacional de Ciências Integradas da UNAERP - “Paralisia Cerebral”.

Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - “Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral”.

Associação Brasileira de Paralisia Cerebral - “Perguntas e Respostas - O que cuidadores e pacientes devem saber”.

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