Seu filho chora muito de noite? Principalmente depois de colocar a cabecinha no travesseiro? Fique atenta, pois ele pode estar com otite. O termo serve para classificar cientificamente a inflamação do ouvido. Essa é a infecção mais frequentemente diagnosticada pelos pediatras: pelo menos 90% das crianças vão apresentar ao menos um episódio até completarem 5 anos de idade.
Mas afinal, o que é otite?
É uma inflamação do ouvido médio, localizado na porção atrás do tímpano, muito comum durante a primeira infância. A inflamação pode ser classificada em três formas: a otite média aguda, que diz respeito a primeira ocorrência da inflamação, a otite média recorrente, que conforme o próprio nome já diz, é usada para caracterizar três episódios num intervalo de seis meses, ou quatro em um ano e a otite média secretora, que corresponde a inflamação com secreção líquida vinda da orelhinha do bebê.
Quais são as causas de otite?
Cerca de 25% a 30% dos pequenos com idades inferior a três anos apresentam otite devido a uma infecção que pode ser viral ou bacteriana. Geralmente, o que ocorre é o desencadeamento da inflamação após infecção das vias aéreas, que congestiona o narizinho do bebê, a parte nasal da faringe, e consequentemente a orelha média.
Outros fatores que também podem influenciar no aparecimento da otite são malformações que causam obstruções ou uma abertura anormal no ouvido. Nesse caso, as regiões da tuba auditiva e da fenda palatina são as mais prejudicadas. No caso de crianças mais novas, o tamanho da tuba é menor e mais reta quando comparada a de um adulto, o que facilita a aparição de inflamações. Assim como o sistema digestório e respiratório, o sistema imunológico do bebê ainda está em formação, o que em alguns casos pode favorecer o surgimento da inflamação.
Vários outros fatores aumentam a predisposição, entre eles: quadro alérgico, ida precoce à creche, convívio com fumantes, refluxo e uso recorrente de medicamentos antibióticos. O frio também favorece o surgimento da otite.
Caso a criança faça atividades como natação, a entrada de água no ouvido também pode causar a inflamação.
Como saber se meu filho está com o ouvido inflamado?
Além do choro constante, que piora ao encostar a orelha em determinadas superfícies como o travesseiro, outros sintomas estão ligados ao aparecimento da otite: mau cheiro na região do ouvido, diminuição da audição, irritabilidade, febre, agitação noturna, dor no abdômen, vômitos, diarreia, perda de apetite, sonolência.
Em alguns casos, os sinais também podem ser os de uma infecção respiratória como tosse, coriza, dor de garganta. Pode haver também a presença de secreção e, em alguns casos, uma vermelhidão no ouvido externo, acompanhada de calor na região. Em casos mais graves, e raros, a borda da orelha fica mais afastada da cabeça e o bebê apresenta rigidez da nuca e diminuição do nível da consciência.
O diagnóstico é feito por meio do exame físico, ou seja, da exploração do interior do ouvido para ver o aspecto do tímpano, além de exames da garganta e das vias respiratórias. Caso haja secreção no ouvido, o médico removerá o cerume.
Como prevenir a inflamação no ouvido?
Se o bebê faz atividades aquáticas como natação, deve sempre usar touca e protetores de ouvido para evitar a entrada de água na orelha. Outra dica importante é não usar hastes flexíveis com muita frequência: a cera é uma forma de defesa do organismo contra as bactérias. Na hora do banho, lave o ouvido do bebê delicadamente, inclinando sua cabecinha e seque muito bem. Tome cuidado para que não entre muita água no ouvido. É importante lavar com frequência a região para que a cera não se acumule e entupa o canal auditivo.
A amamentação é a principal forma de evitar o aparecimento de otite. O leite materno possui anticorpos poderosos que ajudam na luta contra bactérias e vírus, os principais vilões causadores da otite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade e a amamentação complementar até a criança completar os dois anos de idade.
Outra forma de prevenir o aparecimento da doença é ensinar a criança, desde pequena, a expelir o catarro e os mucos, caso esteja gripado ou com alguma alergia, para evitar que cheguem até a região do ouvido. Sugadores de muco são uma boa alternativa para bebês pequenos.
Como tratar a otite?
Após o exame físico e a constatação de que se trata de uma infecção no ouvido, o médico indicará o começo imediato do tratamento medicamentoso que costuma ser feito com antibióticos e anti-inflamatórios. Se o bebê sente muita dor, o especialista poderá indicar gotinhas analgésicas a serem pingadas dentro do ouvido do pequeno.
Se a criança não melhorar num intervalo de até 48h após a medicação, é importante retornar ao médico. Caso a otite seja grave, de repetição ou em quadros em que não haja resposta ao medicamento, o pediatra poderá realizar uma cirurgia para inserir um tubo de ventilação na região do ouvido, além do acompanhamento com um otorrinolaringologista para que sejam feitas drenagens de modo a evitar o acúmulo de muco na região do tímpano e, consequentemente, surdez.
A otite pode ser grave?
Caso não seja tratada desde o início, a infecção no ouvido pode desencadear meningite, ou seja, a inflamação das meninges, que são as membranas que revestem o sistema nervoso central — medula espinhal e cérebro, por estarem próximas ao ouvido médio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“Artigo de revisão - Otite média aguda e secretora” - Jornal de Pediatria.
“Otite média aguda em crianças” - Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
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