Febre: causas, tratamento e motivos para procurar o médico

"5 minutos - 21 de Junho de 2017 - por Equipe Danone Baby

Não é incomum bebês e crianças apresentarem febre — tanto é que cerca de 25% de todas as consultas registradas nos ambulatórios e consultórios brasileiros se deve a essa queixa. Quando o termômetro indica temperatura elevada, os pais já ficam super preocupados com medo de ser algo grave, e é muito importante que o sintoma não seja ignorado porque é um sinal de alerta.

Mas afinal, o que é febre?

Febre é o aumento da temperatura do corpo humano numa faixa acima do que se considera normal. É importante frisar que essa elevação é uma forma de defesa e resposta do organismo a uma determinada doença ou irregularidade. Em alguns casos, no entanto, a temperatura do corpinho do bebê pode estar um pouco mais elevada devido ao excesso de roupa em dias mais frios, calor do próprio ambiente ou até mesmo a quentura da água durante o banho.

Qual é a temperatura normal de um bebê?

O bebê que ainda toma leite materno possui uma temperatura corpórea maior do que a de um adulto. Em uma criancinha, o intervalo considerado normal geralmente está entre 36,5ºC, pela manhã e 37,2ºC, pela tarde.

A partir de quantos graus é considerado um estado febril?

Uma criança em estado febril apontará no termômetro a temperatura das axilas acima de 37,2ºC. Somente a partir de um ano de idade que a temperatura do corpinho do bebê diminuirá para uma faixa semelhante a de um adulto, isto é, entre 36ºC e 37,5ºC. Este é um processo que se estenderá até os dois anos de idade.

Como medir a febre?

A forma mais usual para medir a febre, tanto em crianças, quanto em adultos, é pelo posicionamento do termômetro nas axilas. Caso o bebê esteja com a axila molhada de suor, é indicado enxugá-la antes de inserir o objeto. Coloque o objeto em contato com a pele e posicione o braço firme ao tórax por quatro minutos. Há também o termômetro infravermelho de ouvido e de testa, que faz a leitura da temperatura através de raios que são emitidos para a pele, mas que não prejudicam a saúde. Eles são muito práticos e rápidos. Por mais que as mães sejam capazes de identificar o aumento de temperatura em seus bebês por meio do toque, é importante aferir a temperatura antes de qualquer atitude.

O que causa a febre?

Em bebês, os vírus da gripe e do resfriado são os principais causadores de febre. Neste caso, é comum que a temperatura se normalize até três dias depois e apenas o médico está habilitado para indicar ou não o uso de remédios.

O bebê também pode apresentar um aumento de temperatura no caso de infecções causadas por bactérias, como por exemplo a urinária, a das vias aéreas e a de ouvido — esta última também pode ser causada por um vírus —, neste caso, a temperatura costuma ser alta e o médico muito provavelmente pedirá exames de sangue antes de receitar medicamentos.

Quais outros sintomas podem acompanhar a febre

Além do estado febril ser considerado o mais característico, infecções causadas por vírus e bactérias também contam com o aparecimento de outros sintomas. São eles:

  • Redução do apetite
  • Sonolência
  • Diarreia
  • Tremores de frio
  • Vômito
  • Mudanças drásticas de humor como abatimento, irritabilidade e choro frequente
  • Gemidos (este pode acontecer nos casos mais graves)

É importante frisar que o aumento de temperatura em si é um alerta, mas deve ser analisado em conjunto com essas outras manifestações. Medicar o bebê sem prescrição médica é prejudicial pois pode mascarar os sintomas e interferir no diagnóstico.

Em qual idade a febre é mais perigosa?

O aumento de temperatura anormal em recém-nascidos e em bebês com idade inferior a três meses é muito preocupante, então, se o seu filho se enquadra nesse perfil, procure um médico assim que perceber a febre.

Febre pode causar convulsão?

Depende. A convulsão geralmente aparece em crianças que apresentam um aumento de temperatura súbita que pode chegar até 41,5ºC, entre os seis meses a três anos. Ainda há um fator genético que pode desencadear a convulsão.

Quais são os tipos de febre e o que eles querem dizer?

Leve: Até 38,5ºC, sem sintomas significativos. Pode acontecer em crianças resfriadas, com faringite, laringite, diarreia e cistite, entre outros. Na maioria dos casos o uso de antibiótico pode não ser necessário, mas somente o pediatra poderá indicar ou não seu uso.

Moderada: Entre 38,5ºC até 39,4°C, a criancinha parece abatida. Pode acontecer em casos como amigdalite com pus, meningite, pneumonia, infecções no ouvido e urinária. São situações em que o médico, a partir do diagnóstico, decidirá se há necessidade do uso de antibiótico.

Grave: 39,5ºC ou temperatura menor do que 36ºC. É acompanhada de gemidos e tremores de frio. Pode acontecer em casos de pneumonia, broncopneumonia, meningite, inflamação da epiglote ou dos rins, por exemplo. Neste caso, normalmente se requer hospitalização da criança.

É normal que o bebê fique com febre depois da vacina?

Sim, é um dos eventos esperados após a vacinação — principalmente as de meningocócica, pneumocócica e tríplice bacteriana (DTP) —, assim como dor e inchaço local. Sintomas mais graves como convulsões febris, diminuição significativa de temperatura e choque anafilático são incomuns.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação - Ministério da Saúde

Artigo de revisão - Febre aguda sem sinais de localização em crianças menores de 36 meses de idade - Jornal Pediátrico do Rio de Janeiro

A criança com febre no consultório - Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria
Termorregulação - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Serviço de Fisiologia

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