As alergias alimentares podem afetar negativamente a qualidade de vida dos pacientes e familiares, especialmente por ser uma doença onde a restrição alimentar é a principal forma de tratamento.
Quando uma criança recebe o diagnóstico de alergia alimentar, a família toda passará por mudanças e precisará investir em um novo modelo de alimentação. Além da alimentação, a interação social também será afetada.
Estudos mostram que:
• Pais de crianças com alergias alimentares são mais propensos a exibir comportamento de preocupações nas refeições, comparados a pais de crianças sem alergias alimentares.
• Crianças com alergias alimentares sofrem o dobro de bullying comparadas a crianças sem alergias alimentares.
• Os pais relatam muitas dúvidas, receios e expectativas quanto à cura. As mães param de trabalhar e as famílias limitam as atividades sociais.
• Crianças com APLV apresentam menor qualidade de vida, o que acarreta em pior adesão ao tratamento.
Mas como lidar com essas dificuldades e quais dicas podemos utilizar para otimizar o processo de inclusão social da criança alérgica, na escola, na família, nas festinhas e em outros ambientes?
No intuito de auxiliar a dinâmica familiar, os profissionais de saúde exercem papel importante na melhoria da qualidade de vida desta população, na medida em que podem fornecer informações específicas sobre a APLV e as dietas de exclusão, fornecer informações sobre substitutos do leite adequados nutricionalmente e conduzir intervenções que permitam a cooperação entre os cônjuges.
O ingresso na escola é um evento muito importante na vida de uma criança, pois é o rumo à independência em relação aos pais. Porém, não deve ser um momento de medo, mas sim, de acolhimento e inclusão.
A escola deve recepcionar e tratar a criança da mesma forma que as demais, agir normalmente, mas ter cuidado com a sua alimentação e com o que é oferecido para ela comer, não preparar alimentos com leite junto de alimentos sem leite.
Já os pais podem conversar com a escola sobre o que seria melhor para a criança na hora do lanche, saber como funciona a rotina escolar, especialmente a hora do lanche, em dias em que as crianças podem trocar seus lanches, a mãe da criança com APLV pode levar um bolo isento de leite para que todos possam comê-lo, programar com antecedência os lanches sem leite para o filho levar na escola, serem acolhedores e participativos na rotina escolar da criança.
No caso de viagens, é importante definir tempo, meio de transporte, hospedagem e infraestrutura do local. Durante o trajeto, algumas opções como frutas, biscoitos, legumes, sanduiche podem ser levados, dentro de uma térmica. Dê preferencia a alimentos que não precisam de refrigeração como biscoitos, biscoito de polvilho, bisnaguinha caseira.
Ao selecionar o local de hospedagem, e importante verificar se possui acesso a cozinha, possibilita o uso de geladeira, freezer ou frigobar, para que possa levar alguma refeição pronta e já porcionada.
A criança com APLV também tem o total direito de ter uma festa de aniversário muito divertida e saborosa. A possibilidade da confecção de uma variedade receitas de bolos, docinhos, salgadinhos entre outras preparações é enorme, para que a festa do seu filho seja livre de preocupação, com muita alegria, diversão e a união que as crianças merecem.
É essencial que procuremos formas de incluir socialmente a criança nos mais diversos contextos. Para que esta inclusão seja bem-sucedida, o primeiro passo é trabalhar a questão da alergia de maneira sincera e natural dentro de casa e com toda a família. Orientar quanto à leitura dos rótulos dos alimentos, consultas ao SAC das indústrias e fornecer dicas de receitas, proporcionará maior segurança e qualidade de vida ao paciente e familiares.
REFERÊNCIAS
1. Yonamine GH et al. Percepção dos familiares de pacientes com alergia ao leite de vaca em relação ao tratamento. Journal of Growth and Development, 2013 23(1): 58-54.
2. Herbert LJ et al. Mealtime behavior among parents and their young children with food allergy. Ann Allergy Asthma Immunol. 2017 Mar 118(3):345-350.
3. Muraro A et al. Comparison of bullying of food-allergic versus healthy schoolchildren in Italy. J Allergy Clin Immunol. 2014 Sep 134(3):749-51.
4. Pinotti R. Guia do bebê e da criança com alergia ao leite de vaca. - 1ª ed. Rio de Janeiro. AC Farmacêutica, 2013.
Escrito por Renata Pinotti CRN: 10.886 Nutricionista, Mestra em Nutrição Humana Aplicada pelo PRONUT/USP
Escrito por Renata Pinotti CRN: 10.886 Nutricionista, Mestra em Nutrição Humana Aplicada pelo PRONUT/USP
Ao ganhar independência, a criança começa a manifestar suas vontades e a hora da refeição pode virar momento de choradeira
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