O bebê rechonchudo e fofinho tem aparência saudável. Mas, em certos casos, ele pode estar obeso e sua saúde em risco. Nos últimos anos, a obesidade infantil tem se tornado um problema nutricional mais grave do que a desnutrição. Longe de ser apenas uma questão estética, o excesso de peso pode causar distúrbios preocupantes, como a hipertensão e o colesterol alto.
Atualmente, obesidade é um distúrbio considerado epidêmico no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 41 milhões de crianças menores de cinco anos sejam ou obesas ou estejam acima do peso. No Brasil, cerca de 20% dos pequenos estão nessas condições.
O problema afeta tanto países desenvolvidos, quanto países em desenvolvimento. Isso indica que a raiz da epidemia provavelmente está nos hábitos atuais de consumo.
O que é obesidade
Obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, causando prejuízos à saúde do indivíduo. É importante notar que a doença causa aumento de peso, mas nem sempre o aumento de peso está associado à obesidade. Certos atletas são “pesados” pois têm grande quantidade de massa muscular, e não de gordura.
Na infância, algumas causas são determinantes para a obesidade infantil, como o desmame precoce e a introdução de alimentos complementares inapropriados. O sobrepeso infantil é um fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças, como colesterol, pressão alta e outros distúrbios cardiovasculares. Além disso, aumenta as chances do excesso de peso na vida adulta.
Como diagnosticar a obesidade infantil
Para diagnosticar a obesidade, o médico faz uma avaliação da quantidade de gordura corporal do indivíduo. Para identificar o problema em adultos costuma-se calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), utilizando-se a seguinte fórmula: IMC = Peso atual (kg) / altura (m). Em bebês e crianças, a avaliação da massa corporal é feita por tabelas que relacionam idade, peso e altura.
O IMC não é indicado para bebês e crianças pois eles passam por rápidas alterações corporais decorrentes do crescimento. Para verificar a adequação da altura e do peso até os cinco anos de idade, a rede pública de saúde do Brasil usa o “cartão da criança”, cujo acompanhamento é feito nos postos de saúde.
Causas da obesidade infantil
Aos seis meses de idade, a criança passa a comer alimentos sólidos, além do leite materno. A introdução de comidas inapropriadas na dieta é uma das causas da obesidade infantil. Geralmente, são itens altamente calóricos e pouco nutritivos, em detrimento de frutas, verduras, grãos e carnes.
O desmame precoce é outra causa da obesidade infantil. O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e a manutenção da amamentação até os dois anos de idade. No entanto, exames nacionais mostram que, em média, mães amamentam por 1,8 mês.
Cada mês de amamentação materna está associado a redução de 4% no risco de desenvolvimento de excesso de peso. Segundo a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, estudos nacionais apontam que amamentar o bebê por mais tempo tem efeito protetor contra a obesidade infantil.
A amamentação provém ao bebê uma alimentação com composição nutricional adequada. Além disso, durante a mamada, quem controla a quantidade ingerida é a própria criança. Portanto, há um melhor autocontrole do consumo de alimentos em quem foi amamentado.
O comportamento alimentar adotado pela família é outra causa da obesidade infantil. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), filhos de pais obesos têm mais chances de apresentarem o distúrbio quando comparadas às crianças cujos pais têm peso normal. Elas adquirem hábitos alimentares inapropriados e costumam ser sedentárias – mais um fator de peso para o desenvolvimento da obesidade.
Além disso, o sedentarismo está crescente. A criança de hoje passa, em média, quatro horas na frente da televisão. Os bebês também estão nessa onda e começam a utilizar tablets e celulares muito novinhos. Por consequência, passam menos tempo brincando e mexendo o corpo, o que é fundamental para prevenir o excesso de peso.
Para a SBP, também há um fator genético a ser considerado. Quando os pais ou a família apresenta casos de obesidade, o pediatra deve acompanhar o desenvolvimento da criança de perto para evitar que desenvolva o distúrbio.
Consequências da obesidade infantil
A obesidade infantil pode gerar alguns problemas de saúde, como:
- Colesterol alto
- Pressão alta
- Doenças cardiovasculares precoces
- Diabetes
- Problemas precoces nossos ossos
- Problemas de pele como alergias pelo calor, infecções causadas por fungos e acne
Como prevenir a obesidade infantil
A fase intrauterina e os primeiros anos de vida são períodos críticos para o desenvolvimento da obesidade. Primeiro, o pediatra deve medir os fatores de risco e, se necessário, elaborar um plano de prevenção. Orientar os pais sobre as práticas adequadas é fundamental.
No pré-natal, o médico poderá identificar os fatores de risco familiares e genéticos, avaliar o estado nutricional da gestante, orientar sobre a alimentação adequada e estilo de vida, além de prevenir o nascimento de bebês prematuros ou abaixo do peso.
Após o nascimento, o pediatra poderá:
- Avaliar e monitorar o peso da criança, calculando seu índice de massa corporal (IMC) e preenchendo as curvas de crescimento de forma adequada.
- Estimular o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e o aleitamento materno complementar até os dois anos, caso seja possível.
- Orientar sobre a alimentação complementar de acordo com as necessidades nutricionais e desenvolvimento da criança.
- Informar os pais sobre a atenção e o respeito aos sinais da saciedade do bebê, como parar de mamar, fechar a boca, desviar a face, brincar com o mamilo ou dormir.
- Educar os pais sobre regular a alimentação e não forçar a ingestão excessiva, quando o bebê não quiser comer, além de ensiná-los a identificar os diferentes tipos de choro. Nem todo choro significa fome.
- Ressaltar a importância da qualidade da alimentação
Como tratar a obesidade infantil
Como a obesidade infantil é uma doença multifatorial, o tratamento será recomendado de acordo com as causas. O pediatra irá avaliar se há fatores genéticos, psicológicos ou comportamentais e sugerir o que for necessário.
Mudanças de hábitos alimentares, realização de atividades físicas e adoção de novo comportamento por toda a família podem ser recomendados. Em certos casos, quando há fatores emocionais envolvidos, o médico pode indicar o acompanhamento psicológico.
O pediatra também irá identificar a presença de doenças relacionadas a obesidade infantil para recomendar o tratamento específico para cada uma delas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ministério da Saúde (“Obesidade e desnutrição”), Sociedade Brasileira de Pediatria (“Obesidade na infância e adolescência: manual de orientação”), Organização da Nações Unidas (“OMS lança novas diretrizes de combate à obesidade infantil no mundo”), Web Medical Team (“Obesity in Children”), Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (“Obesidade infantil”)
Escrito por Renata Pinotti CRN: 10.886 Nutricionista, Mestra em Nutrição Humana Aplicada pelo PRONUT/USP
Escrito por Renata Pinotti CRN: 10.886 Nutricionista, Mestra em Nutrição Humana Aplicada pelo PRONUT/USP
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