10 recomendações para proteger o bem-estar emocional das crianças durante a pandemia

5 minutes - 07 de abril de 2020 - por Equipe Danone Nutricia

Em meio ao surto da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, a vida cotidiana mudou e continuará mudando por tempo indeterminado. As crianças podem ter dificuldades de se adaptar aos ajustes necessários em suas rotinas, como o fechamento de escolas e creches, o distanciamento social e o confinamento em casa. 

 

A Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal compartilhou um artigo da Child Trends (centro de pesquisa nos Estados Unidos, focado em melhorar a vida de crianças e jovens) que reúne orientações para apoiar e proteger o bem-estar emocional de nossos filhos durante a pandemia. Veja as dicas:

Entenda que as reações à pandemia podem variar
As respostas das crianças a eventos estressantes são únicas e variadas. Algumas crianças podem entrar em estado de irritabilidade ou ficarem pegajosas e outras podem regredir, exigir atenção extra ou ter dificuldade em cuidar de si mesmas, dormir e comer. Comportamentos novos e desafiadores são respostas naturais e os adultos podem ajudar, mostrando empatia e paciência e estabelecendo limites com calma quando necessário. 

Garanta que haja a presença de um cuidador sensível e responsivo 
O principal fator na recuperação de um evento traumático é a presença de um adulto solidário e atencioso na vida de uma criança. Mesmo quando um dos pais não está disponível, as crianças podem se beneficiar muito dos cuidados prestados por outros adultos (por exemplo, pais adotivos, parentes ou amigos), que podem oferecer cuidados consistentes e sensíveis que ajudam a protegê-los dos efeitos nocivos de uma pandemia.

Distanciamento social não deve significar isolamento social 
As crianças, especialmente crianças pequenas, precisam de tempo de qualidade com seus cuidadores e outras pessoas importantes em suas vidas. A conexão social melhora as chances das crianças de mostrar resiliência às adversidades. Abordagens criativas para todos se manterem conectados são importantes (por exemplo, escrever cartas ou fazer chats on-line por vídeo).

Forneça informações apropriadas à idade
As crianças tendem a confiar em sua imaginação quando lhes falta informação adequada. As decisões dos adultos de reter informações geralmente são mais estressantes para as crianças do que dizer a verdade de maneira apropriada à idade. Em vez disso, os adultos devem se manter disponíveis para as crianças fazerem perguntas e falarem sobre suas preocupações. Eles podem, por exemplo, oferecer oportunidades para as crianças acessarem livros, sites e outras atividades sobre a COVID-19 que apresentam informações de maneira adequada para elas. Além disso, os adultos devem limitar a exposição das crianças à cobertura da imprensa, redes sociais e conversas de adultos sobre a pandemia, pois esses canais podem ser menos adequados à idade. O acesso contínuo a notícias e redes sociais sobre conversas constantes e relativas à pandemia e sobre ameaças à segurança pública pode causar um estresse desnecessário às crianças.

Crie um ambiente físico e emocional seguro, praticando os seguintes passos: Tranquilização, Manutenção da Rotina e Autorregulação
Primeiro, os adultos devem tranquilizar as crianças sobre sua segurança e a de seus entes queridos e dizer a elas que é trabalho dos adultos garantir essa segurança. Segundo, os adultos devem manter a rotina para proporcionar às crianças uma sensação de segurança e previsibilidade (por exemplo, horários de dormir e refeições regulares, horários diários para aprender e brincar). E terceiro, os adultos devem apoiar o desenvolvimento da autorregulação infantil. Quando as crianças estão estressadas, seus corpos respondem ativando seus sistemas de resposta ao estresse. Para ajudá-las a gerenciar essas reações, é importante validar seus sentimentos (por exemplo, “eu sei que isso pode parecer assustador ou avassalador”) e incentivá-las a se envolver em atividades que as ajudem a se autorregular (por exemplo, fazer exercícios físicos, respirar fundo, atividades de atenção ou meditação, rotinas regulares para dormir e se alimentar). Além disso, é essencial para o bem-estar emocional e físico das crianças garantir que as famílias possam atender às suas necessidades básicas (por exemplo, comida, abrigo e roupas).

Mantenha as crianças ocupadas 
Quando as crianças estão entediadas, seus níveis de preocupação e comportamentos perturbadores podem aumentar. Os adultos podem fornecer opções para atividades seguras (por exemplo, brincadeiras externas, blocos para montar, massinha, arte, música, jogos...) e envolver as crianças na discussão sobre outras ideias criativas. As crianças precisam de tempo suficiente para participar de brincadeiras e outras experiências alegres ou de aprendizado sem se preocupar ou falar sobre a pandemia.

Aumentar a autoeficácia das crianças
Autoeficácia é a sensação de ter convicção ou controle – uma característica especialmente importante em momentos de medo e incerteza. As crianças geralmente se sentem mais em controle quando podem desempenhar um papel ativo em ajudar a si próprias, suas famílias e suas comunidades. Por exemplo, as crianças podem ajudar seguindo as diretrizes de segurança (por exemplo, lavando as mãos), preparando-se para o confinamento residencial (por exemplo, ajudando a cozinhar e congelar alimentos) ou fazendo voluntariado na comunidade (por exemplo, escrevendo cartas ou criando arte para adultos mais velhos ou amigos doentes, compartilhando suprimentos extras com um vizinho).

Crie oportunidades para os cuidadores cuidarem de si 
O bem-estar das crianças depende do bem-estar dos pais e de outros cuidadores. Os cuidadores devem cuidar de si para que tenham os recursos internos para cuidar dos outros. Para esse fim, os adultos podem se envolver em autocuidado, mantendo-se conectados aos apoios sociais, descansando o suficiente e tendo tempo para atividades restaurativas (por exemplo, exercícios, meditação, leitura, atividades ao ar livre ou oração). Procurar ajuda de um profissional da área de saúde mental também é importante quando os adultos enfrentam níveis muito altos de estresse e outros desafios à saúde mental.

Procure ajuda profissional se as crianças mostrarem sinais de trauma que não se resolvem com relativa rapidez
Mudanças emocionais e comportamentais em crianças são esperadas durante uma pandemia, pois todos se ajustam a um novo senso de normalidade. Se as crianças mostrarem um padrão contínuo de preocupações emocionais ou comportamentais (por exemplo, pesadelos, foco excessivo em ansiedades, aumento da agressão, comportamentos regressivos ou danos pessoais) que não se resolvam com apoio, pode ser necessário buscar ajuda. Muitos profissionais da área de saúde mental têm capacidade para fornecer serviços por meio da "telemedicina" (isto é, terapia fornecida por meio de uma plataforma on-line) quando o contato social presencial deve ser restrito.

Enfatize pontos fortes, esperança e positividade 
As crianças precisam se sentir seguras e positivas em relação ao presente e ao futuro. Os adultos podem ajudar, concentrando a atenção das crianças em histórias sobre como as pessoas se reúnem, encontram soluções criativas para problemas difíceis e superam as adversidades durante a epidemia. Falar sobre essas histórias pode ser curador e reconfortante para crianças e adultos.

 

Referências: 

Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Recomendações para apoiar o bem-estar emocional das crianças durante a pandemia da COVID-19

 

 

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