CUIDANDO DO QUE VAI FICAR: A EXCLUSÃO PEDE A INCLUSÃO

"por Equipe Mundo Danone

Um bom crescimento e desenvolvimento exigem uma nutrição adequada, e quando esta não é atingida há risco de comprometimento do estado nutricional e do crescimento.

Crianças alérgicas, tanto as do tipo IgE mediadas como as IgE não mediadas possuem risco de desnutrição, especialmente quando há um atraso no diagnóstico, geralmente observado na prática clínica.

Estudos mostram que crianças alérgicas consomem 2 vezes menos proteína e 4 vezes menos cálcio que crianças não alérgicas e que crianças com alergia apresentam peso 8 vezes menor e estatura 6 vezes menor que crianças não alérgicas, representando dados preocupantes.

Problemas no comportamento alimentar também podem ser observados. Na maioria das vezes, eles têm início na fase de introdução alimentar e podem permanecer, como medo da criança ao se alimentar, medo dos pais com relação às reações e prorrogação da introdução de novos alimentos, entre outros.

Uma redução normal do apetite já ocorre entre 1 a 5 anos de idade e, na criança alérgica, é somada ao manejo dietético desafiador, em decorrência dos impactos nutricionais que a dieta restritiva acarreta e suas comorbidades como aversão e recusa alimentar, comuns em crianças com APLV. Isso leva os pais a lançarem mão de estratégias para vencer a baixa aceitação da alimentação como forçar, ameaçar ou repreender a criança, que só irão contribuir para que ela resista cada vez mais, o que pode agravar as aversões alimentares em longo prazo e comprometer as interações entre pais e filhos e o desenvolvimento adequado da criança.

Outro aspecto importante é o déficit cognitivo em decorrência de deficiências nutricionais na infância, que pode afetar a proliferação celular e mielinização, especialmente das estruturas cerebrais responsáveis pelo foco e atenção, resolução de problemas e memória.

Outra consequência futura é o risco aumentado de fraturas proveniente de uma dieta com baixo aporte de cálcio durante o período de crescimento. A importância do consumo de lácteos para a densidade mineral óssea tem sido analisada em diversos estudos conduzidos em crianças, adolescentes e adultos jovens. A manutenção do consumo adequado de cálcio durante a infância e a adolescência é necessária para atingir o pico de massa óssea de modo a reduzir o risco de fraturas e de osteoporose no futuro.

Já que o único meio de tratamento da alergia à proteína do leite de vaca é a exclusão total do alérgeno e ao considerar todas as repercussões abordadas acima, que essa dieta restrita pode vir a acarretar na vida adulta da criança, há a necessidade de constante avaliação da ingestão alimentar e do estado nutricional.

A substituição adequada do leite é essencial para garantir qualidade nutricional da alimentação e crescimento e desenvolvimento normais da criança.

Mas como cuidar para que essa substituição possa atender às necessidades nutricionais da criança?

Inadequações nas dietas são inerentes de todas as crianças, mas importância particular é observada em crianças com alergias alimentares que potencialmente encontram-se em uma dieta nutricionalmente desbalanceada. Mesmo que uma variedade grande de alternativas alimentares seja incorporada na dieta, não se pode assumir que ela está nutricionalmente completa.

Atenção especial deve ser dada às calorias, proteínas e gordura, bem como vitaminas, minerais e elementos-traço na alimentação de crianças alérgicas proveniente de alimentos substitutos corretos ou suplementos, o que permite uma restrição do alérgeno com sucesso e a redução do impacto nutricional e do crescimento das alergias alimentares, em longo prazo.

Em grande parte, o medo dos pais com relação à desnutrição ou impactos no crescimento e desenvolvimento da criança podem resultar em práticas coercitivas na alimentação. Nesses casos, o profissional de saúde pode indicar, juntamente com a alimentação, um suplemento nutricional como uma estratégia emergencial para a recuperação e/ou manutenção do estado nutricional da criança alérgica.

Hoje há no mercado produtos que podem ser usados para auxiliar na alimentação de crianças alérgicas, por oferecerem nutrientes essenciais para manutenção e recuperação do estado nutricional, contribuindo para que a criança atinja todo o seu potencial máximo de crescimento.

REFERÊNCIAS

1. Isolauri E, Sutas Y, Salo MK, Isosomppi R, Kaila M. Elimination diet in cow's milk allergy: risk for impaired growth in young children. J Pediatr 1998: 132: 1004-9.
2. Christie L, Hine RJ, Parker JG, Burks W. Food allergies in children affect nutrient intake and growth. J Am Diet Assoc 2002: 102: 1648-51.
3. Vanderhoof Y. Diagnosis of cow milk allergy in the gut, never an easy task. Jornal de Pediatria 2010: 86: 259-60.
4. Venter C, Meyer R. Session 1: allergic disease: the challenges og managing food hypersensivity. Proc. Nutr. Soc. 2010. 69, 11-24.
5. Medeiros LCS et al. Ingestão de nutrientes e estado nutricional de crianças em dieta isenta de leite de vaca e derivados.
6. Mehta H. Growth Comparison in Children with and without Food Allergies in 2 Different Demographic Populations. The Journal of Pediatrics. Vol. 165, No. 4, 2014.
7. Carruth, BR, Ziegler PJ, Gordon A, Barr SI. Prevalence of picky eaters among infants and toddlers and their caregivers' decisions about offering a new food. J Am Diet Assoc. 2004 104:S57-S64.
8. Jacobi C, Agras WS, Bryson S, Hammer LD. Behavioral validation, precursors, and concomitants of picky eating in childhood. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2003 42: 76-84.
9. Leung AK, Robson WL. The toddler who does not eat. Am Fam Physician 1994 49(8):1789-800.
10. Mukkada VA, Haas A, Creskoff Maune H, et al. Feeding dysfunction in children with eosinophilic gastrointestinal diseases. Pediatrics 2010: 126: e671-e277.
11. Fortunato JE, Scheimann AO. Proteinenergy malnutrition and feeding refusal secondary to food allergies. Clin Pediatr (Phila) 2008: 47: 496-9.
12. Cerro N, Zeunert S, Simmer KN, Daniels LA. Eating behaviour of children 1.5-3.5 years born preterm: Parents' perceptions. J Paediatr Child Health 2002 38(1):72-8.
13. Feldman R, Keren M, Gross-Rozval O, Tyano S. Mother-child touch patterns in infant feeding disorders: Relation to maternal, child, and environmental factors. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2004 43:1089-1097.
14. Chatoor I, Ammaniti M. Classifying feeding disorders of infancy and early childhood. In: Narrow WE, First MB, Sirovatka PJ, Regier DA, eds. Age and Gender Considerations in Psychiatric Diagnosis. American Psychiatric Association 2007:227-242.
15. Chatoor I, Surles J, Ganiban J, Beker L, Paez LM, Kerzner B. Failure to thrive and cognitive development in toddlers with infantile anorexia nervosa. Pediatrics. 2004 113:e440-e447.
16. Benton D. The influence of dietary status on the cognitive performance of children. Mol Nutr Food Res 2010 54:457-470.
17. Hughes D, Bryan J. The assessment of cognitive performance in children : considerations for detecting nutritional influences. Nutr Rev 2003 61:413-422.
18. Nelson CA. The nature of memory. Prev Med 1998 27:172-179.
19. Heaney RP (2000) Calcium, dairy products and osteoporosis. J Am Coll Nutr 19(2 Suppl):83S-99S 3.
20. Matkovic V, Landoll JD, Badenhop-Stevens NE, Ha EY, Crncevic-Orlic Z, Li B, Goel P (2004) Nutrition influences skeletal development from childhood to adulthood: a study of hip, spine, and forearm in adolescent females. J Nutr 134:701S-705S.
21. Nicklas TA (2003) Calcium intake trends and health consequences from childhood through adulthood. J Am Coll Nutr 22:340-356.
22. Kalkwarf HJ, Khoury JC, Lanphear BP. Milk intake during childhood and adolescence, adult bone density, and osteoporotic fractures in US women. Am J Clin Nutr 2003 77:257-65.
23. Uenishi K, Nakamura K. Intake of dairy products and bone ultrasound measurement in late adolescents: a nationwide cross-sectional study in Japan. Asia Pac J Clin Nutr 2010 19:432-9.
24. Teegarden D, Lyle RM, Proulx WR, Johnston CC, Weaver CM. Previous milk consumption is associated with greater bone density in young women. Am J Clin Nutr 1999 69:1014-7.
25. NIH Consensus conference. Optimal calcium intake. NIH Consensus Development Panel on Optimal Calcium Intake. JAMA.1994 272:1942-1948.
26. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Calcium, Phosphorus, Magnesium, Vitamin D, and Fluoride. Washington, DC: National Academy Press 1997.
27. Cortez APB, Medeiros LC, Speridiao PG, Graca PL., Mattar RHGM., Fagundes-Neto U, et al.. Pediatricians and nutritionists knowledge about treatment of cow milk allergy in infants. Rev Paul Pediatr 2007 25:106-13.
28. Modifi S. Nutritional Management of Pediatric Food Hypersensitivity. Pediatrics vol11, nº6, 2003.
29. Grimshaw KEC. Dietary management of food allergy in children. Proceedings of the Nutrition Society (2006), 65, 412-417.
30. Vandenplas Y, Brueton M, Dupont C, Hill D, Isolauri E, Koletzko S et al. (2007). Guidelines for the diagnosis and management of cow's milk protein allergy in infants. Arch Dis Child 92, 902-908.
31. Costa LC. Growth Parameters Impairment in Patients with Food Allergies. Journal of Allergy Volume 2014 (2014), Article ID 980735, 5 pages.
32. Meyer R et al. Malnutrition in children with food allergies in the UK. Journal oh Human Nutrition and Dietetics. 2014, 27, 227-235.

"

Leia mais

PERGUNTAS SOBRE NOSSOS PRODUTOS?

Caso tenha alguma dúvida sobre a Danone Nutricia ou nossos produtos, entre em contato com nossa Central de Relacionamento!

x